segunda-feira, 27 de junho de 2011

CENTENÁRIO DO CASTROALVENSE AURINO TEIXEIRA

Newton Quadros Cairo
Luciano Bernardo




O Centenário de um ser humano constitui sempre um motivo de júbilo.

Desta vez, porém, a alegria se reveste de um significado muito especial, porquanto neste 04 de junho de 2011, nosso querido e ilustre castroalvense Aurino de Azevedo Teixeira alcança este marco memorável, ao completar 100 anos de existência, dedicada, em grande parte, à cidade de Castro Alves, “terra do berço da minha infância, da minha mocidade e da minha velhice”, conforme suas próprias palavras no início de seu interessante livro Informações Históricas sobre a Cidade de Castro Alves, publicado em 1990.

Segundo o escritor Antônio Loureiro de Souza, que honrou a Academia de Letras da Bahia, nascido na heróica Cachoeira, porém cidadão castroalvense, esse livro representa “um hino de louvor à terra onde nasceu, que ele ama e a qual tem servido com desenganado amor”.

Nasceu, portanto, Aurino Teixeira na cidade de Castro Alves, interior da Bahia, no dia 04 de junho de 1911, há exatamente, 100 anos, filho de Plínio José Teixeira, que foi Prefeito de Castro Alves de 1918 a 1920, e de Maria de Azevedo Teixeira. Casou-se com Maria do Carmo Magalhães Teixeira, sua prima, mas não tiveram filhos.


Fez o antigo curso primário em Castro Alves, sendo aluno do Professor Eugênio Anacleto de Araújo e da Professora Elisa Duarte Pereira. Ingressou no Ginásio da Bahia (hoje Central), porém não concluiu o curso.


Em sua terra natal, exerceu as seguintes atividades: Datilógrafo da Prefeitura Municipal, Escrivão do Júri e Execuções Criminais, Tabelião de Notas, Postalista e, finalmente, Telegrafista, cargo em que se aposentou.


Fundou em 1954, o Ginásio São José sob a direção da Professora Lindaura Teixeira da Silva, anos mais tarde, criou a Escola Normal Dr. Antonio Lomanto Júnior.


Político militante elegeu-se vereador, por três vezes.


No período de 1971 a 1973, realizou uma eficiente administração, como Prefeito do Município de Castro Alves, realizando importantes obras, como o Fórum Desembargador Clóvis Leone, obra concluída e inaugurada na gestão do Professor Francisco de Aquino Costa, de saudosa memória.
Como Presidente da Associação de Proteção à Maternidade e à Infância de Castro Alves, transformou o Posto de Puericultura na primeira Maternidade de Castro Alves, com a denominação de General Joaquim Cerqueira Daltro, descendente do General Dionísio Evangelista de Castro Cerqueira, nascido no Curralinho e primo carnal do Poeta da Esperança. O General Daltro foi três vezes Prefeito de Castro Alves, nos períodos de 1926 a 1930, 1932 a 1934 e 1937 a 1938.


Aurino participou com entusiasmo da Campanha do Monumento de Castro Alves, vitoriosa em 14 de março de 1967, com a inauguração da majestosa estátua que parece contemplar os amplos horizontes azuis, no jardim da antiga Praça Duque de Caxias, atual Praça da Liberdade, por iniciativa do castroalvense Newton Quadros Cairo, orador oficial nessa histórica solenidade.
Nosso homenageado é membro fundador da Academia de Letras e Artes de Castro Alves (ALACA), onde ocupa a cadeira nº 01, cujo patrono é o General Dionísio Cerqueira, sendo o decano desse sodalício.


Seu amor à histórica cidade só pode ser comparado à paixão dos saudosos castroalvenses Wilson Lapa Barretto, Juiz do Tribunal Regional do Trabalho e Orlando Pereira Santos, Desembargador do Tribunal de Justiça da Bahia, além da eterna namoradinha de Castro Alves, Maria Eulina Novaes, nossa querida Morena.


Como exemplo de ternura que Aurino Teixeira devotou à sua terra, transcrevemos algumas passagens, contidas no seu livro já citado: “A ti, minha bela cidade, a minha grande veneração, o meu absoluto respeito; porque eu nunca te fiz chorar; nunca procurei manchar o teu venerado nome, nem deturpar os teus costumes de cidade civilizada e de honrosas tradições de cidade que antes fora Vila do Curralinho, época em que teu nome esteve aureolado de glórias pelo heroísmo e bravura de teus filhos; {...} quando tinhas o Grêmio Lítero-Recreativo de Castro Alves, criado por Hilarino Couto; {...} quando em 1881 assististe a inauguração da Estrada de Ferro que ligava São Félix a Curralinho; {...} quando ainda te envaidecias com os suaves acordes de tuas duas filarmônicas “Lira Popular e Bonfim”, que ainda hoje constituem o maior símbolo do teu passado {...}”.


Refere-se, ainda, com apaixonada emoção, aos “velhos e frondosos tamarindeiros que não existem mais, em cujas sombras o imortal poeta condoreiro cantou os seus versos e os nossos antepassados faziam a conversa de todos os dias, sentados em suas bancadas no bate-papo cotidiano sobre os problemas locais”.


Finalmente dileto castroalvense, receba as homenagens e as saudações de teus conterrâneos e de todos os teus amigos, agradecidos a Deus pela tua merecida longevidade e com os ardentes votos para que possas permanecer ainda um longo tempo no aconchego de teu aprazível sítio denominado “Cerquinha”, nos arredores bucólicos da nossa encantadora cidade!
(Artigo publicado em A Tarde de 03/06/2011)


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Newton Quadros Cairo Professor adjunto aposentado (UFBA). Membro da Academia de Letras e Artes de Castro Alves e da Academia de Cultura da Bahia.

Luciano Bernardo Graduado em História pela Unijorge. Presidente da Academia de Letras e Artes de Castro Alves e Gestor de Facilities Services.