segunda-feira, 13 de setembro de 2010

ATA DA CERIMÔNIA DE INSTALAÇÃO DA ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE CASTRO ALVES (ALACA) E POSSE DOS ACADÊMICOS FUNDADORES


Aos quatorze dias do mês de março do ano de dois mil e oito, às vinte horas, na Biblioteca Municipal Professora Isabel Matos, no Casarão do Poeta, situado à Praça Dionísio Cerqueira, nº. 678, Centro, na cidade de Castro Alves, Estado da Bahia, realizou-se a Cerimônia de Instalação da ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE CASTRO ALVES (ALACA) e, na oportunidade foram oficialmente empossados os acadêmicos na condição de membros efetivos fundadores. O Sr. Antonio Laerte (Zoreia), Assessor de Imprensa da Prefeitura Municipal de Castro Alves assumiu a função de mestre de cerimônia dando início à solenidade de instalação do sodalício convidando a compor a mesa dos trabalhos as seguintes personalidades: Sr. Augusto Pontes de Carvalho, Prefeito Municipal de Castro Alves, Sr. Breno Logrado, Presidente da Câmara de Vereadores, professora Edileusa Batista Barbosa, Secretária Municipal de Educação e Cultura, Dr. Benjamin Batista Filho, Presidente da Federação das Academias de Letras e Artes da Bahia (FALA BAHIA), professor José Luciano Correia Bernardo, Presidente eleito da ALACA, professora Lélia Vítor Fernandes de Oliveira, Presidente da Academia de Letras e Artes de Feira de Santana/Ba e Ex-Secretária de Educação do mesmo município, Dr. Ivan de Freitas Leão, Sócio-Gerente da Leão Engenharia, professor e acadêmico Newton Quadros que representou na cerimônia a Associação dos Amigos da Cidade de Castro Alves (AMICA), professora Eliana Azevedo representando o Colégio Imaculada Conceição (CIC), Sr. Ailton de Oliveira Lisboa representando a Diretoria de Cultura, e, por fim, este que lavra a presente ata, representando o Centro Universitário Jorge Amado (UNIJORGE) e a caravana dos estudantes de História pela mesma instituição. Ao término da composição, o mestre de cerimônia proferiu a saudação aos acadêmicos enviada pelo Presidente da Academia de Letras da Bahia (ALB), na qual desejava à ALACA votos de plena realização como entidade promotora da cultura e disseminadora do conhecimento e abraçando a todos afetivamente por intermédio do presidente eleito professor Luciano Bernardo. Em seguida, convidou Dr. Benjamin Batista Filho para presidir a histórica cerimônia, este proferiu um discurso de alto nível, ressaltando a importância de um núcleo acadêmico na cidade onde viveu o poeta Castro Alves, cuja instalação acontecia justamente no histórico prédio da antiga Fazenda Curralinho, atualmente, Casarão do Poeta. Benjamin Batista fez questão de frisar com eloqüência a data da criação da ALACA em 14 de março de 2001, ali mesmo naquela casa cultural, na sala Juiz Wilson Lapa Barreto da Silva. Na seqüência, o mestre de cerimônia convidou o presidente da ALACA para seu pronunciamento de posse. O orador, por sua vez, após saudar aos presentes pediu permissão ao presidente da solenidade para iniciar seu discurso reafirmando que o “preço da elevação é a responsabilidade”, numa alusão direta às palavras do professor Edivaldo Machado Boaventura quando do seu discurso de posse na Academia de Letras da Bahia (ALB) em 06 de julho de 1971. Enfatizou que a instalação da ALACA contava com as chancelas tanto da nonagenária ALB quanto da jovem e operante Federação das Academias de Letras e Artes da Bahia (FALA BAHIA). Registrou com muita propriedade que a “ação” de uma academia está indissociavelmente ligada ao resgate, valorização e preservação do sentimento de cidadania, embasando-se no pensamento da autora Maria Cecília Fonseca acerca da ampliação do conceito de patrimônio cultural, e ao registrar a presença dos seus colegas do curso de História das Faculdades Jorge Amado que ali prestigiavam a solenidade, mostrou-se emocionado. Admitiu sem rodeios que a iniciativa da ALACA não se tratava de “ineditismo”, numa referência a marcos históricos importantes no campo da memória cultural, apontando para indícios de lugares de memória e núcleos acadêmicos em fins da segunda metade do século XIX, a exemplo, da sombra do tamarindeiro e do Grêmio Lítero Recreativo Castro Alves. Igualmente, reportou-se as iniciativas que, de uma forma ou de outra também apontam para tais indícios (periódicos, campanhas, etc.). Citou outras agremiações como a AMICA e a Associação Comercial de Castro Alves. Contudo, fez questão de relembrar a emblemática reflexão do imortal Jorge Calmon acerca do crescente movimento acadêmico no interior do Estado e sua finalidade: “(...) O rótulo da entidade importa muito menos que sua função. Tanto faz ser academia, núcleo, grêmio, associação, ou o que for. O essencial é que cumpra o papel de órgão destinado a congregar aquelas pessoas que estimam a cultura e sejam capazes de produzi-la (...)”. Por fim, o orador defendeu que a ALACA enquanto segmento do conhecimento deve promover a emancipação do povo numa perspectiva política, cultural ou mesmo filosófico. Após seu pronunciamento, o presidente eleito assumiu a presidência dos trabalhos e anunciou o nome do professor Aldo de Oliveira Andrade Júnior como primeiro vice-presidente do sodalício, ao tempo em que convocou, por ordem de numeração de cadeira, os acadêmicos para o momento da diplomação e posse na ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE CASTRO ALVES (ALACA) e receber das mãos do presidente da FALA BAHIA o diploma e o pelerine. As categorias foram designadas por campo de atuação dos membros efetivos que escolheram seus patronos e patronesses por afinidade, homenageando personalidades da história literária, educacional, artística, comunitária ou política do município de Castro Alves. Desse modo, foram assim empossados pela seguinte ordem: Nome do acadêmico, categoria, patrono (esse) e número de cadeira: AURINO DE AZEVEDO TEIXEIRA, política e pesquisa histórica, Dionísio Cerqueira, nº01 (representado); MARIA EULINA NOVAES SILVA (Morena) artes e liderança comunitária, nº 02 (representado); ERNANI NEWTON QUADROS CAIRO, magistério e letras, Wilson Lapa Barreto, nº 03; ARMANDO BARRETO ROSA, magistério e letras, Humberto Teixeira, nº 04; NÚBIA TEIXEIRA REBOUÇAS, magistério, artes e letras, João Pedreira do Couto Ferraz, nº 05; MARIA CONCEIÇÃO ALMEIDA RIBEIRO (Babia), magistério e magistratura, Rafael Jambeiro, nº 06; OSVALDO DE ALMEIDA BOMFIM, magistratura, letras e poesia, Isabel Matos, nº 07; CARLOS RAIMUNDO DE OLIVEIRA REIS (Karlão), magistério, artes plásticas e cultura popular, Arlinda Carvalho Sother, nº 08; EDMILSON RIBEIRO, religião e letras, Francisco Tanajura, nº 09; JOSÉ LUCIANO CORREIA BERNARDO, magistério, artes e pesquisa histórico-cultural, Francisco de Aquino Costa, nº 10; BALBINO DE JESUS AZEVEDO, magistério e artes plásticas, Pedro Barros, nº 11; VANDERLEI NUNES RODRIGUES (Zaga), teatro (ator e direção), Cecília Nunes, nº 12; ELIANA DE SOUZA LAGO, comunicação e artes, Antonio Loureiro de Souza, nº 13; ADELICE DOS SANTOS SOUZA, teatro (direção) e letras, Hilarino Couto, nº 14; MÁRIO DE ALMEIDA LIMA, artes, Fernando Coni Campos, nº 15 (representado); AVANY RODRIGUES MENDES, magistério, Bartholomeu Jacques Fernandes, nº 16; JOSÉ OLIVEIRA DOS SANTOS (Oliveira), música e empresário musical, Alcides Mendes, nº 17 (representado); JORGE GASPARI MADUREIRA, magistério e teatro (professor ensino superior), Benildes Nascimento, nº 18; ALDO DE OLIVEIRA ANDRADE JÚNIOR, magistério e pesquisa histórico-cultural, Theresa Sales, nº 19; HANILTON RIBEIRO SOUZA, magistério e letras (professor ensino superior), Eugênio Araújo, nº 20; MAURÍCIO JOSÉ DE ARAÚJO FALCÃO, música (composição) e letras, Cristina Araújo Falcão, nº 21; LUIZ ALVES DE OLIVEIRA JÚNIOR (Delta Júnior), artesanato e poesia, Auto Flávio do Rosário, nº 22; ALBÉRICO MARTINS DE SOUZA (Beco de Petim), arte popular (trovador) e poesia, Orlando Lima, nº 23 (representado); AUTAMIRA SANTOS SANDES, magistério, Olinda Genis Ferreira, nº 24, e finalmente, DEIJE MACHADO DE MOURA, magistério e pesquisa histórico-cultural (professora ensino superior); Edson Cardoso Reis, nº 25. Para concluir o ato de posse, o presidente eleito convocou os confrades Newton Quadros e Maria Conceição Almeida Ribeiro (Dra. Babia) para juntos com o presidente da FALA BAHIA Benjamin Batista Filho entregarem seu diploma e o pelerine. Em seguida, conferiu o título de membro benemérito aos senhores (as) Benjamin Batista Filho, Presidente da Fala, Bahia, Augusto Pontes de Carvalho, Prefeito de Castro Alves, Edileusa Batista Barbosa, Secretária Municipal de Educação e Cultura e a Ivan de Freitas Leão, Diretor-Sócio da Leão Engenharia. Conferiu ainda, o título de membro honorário aos senhores Fernando Reis (professor) e Hélio Quadros (advogado). Finalizado o ato de posse dos membros efetivos, beneméritos e honorários, o presidente da ALACA já co-presidindo a cerimônia concedeu a palavra ao acadêmico professor Newton Quadros que relembrou dois memoráveis eventos: a Campanhas do Monumento ao Poeta iniciada em 1946 (estátua de Castro Alves), assinalando a atuação da Colônia castroalvense no Rio de Janeiro-RJ, onde evocou a memória de alguns de seus pares, na luta pela cultura e sua preservação (do poeta e da cidade) e da Restauração do Casarão do Poeta, ressaltando a participação efetiva, além da sua, dos seus confrades Aurino Teixeira, Eliana Lago, Morena Novaes, Babia, Luciano Bernardo e Núbia Rebouças. Em seguida, o acadêmico professor Armando Barreto Rosa discursou brilhantemente em nome dos demais acadêmicos empossados, que após saudação aos presentes, dirigiu suas palavras (In Memoriam) a um imortal castroalvense: “Dr. Valfredo Thales de Amorim e Souza, você está aqui e sempre porque, para nós, você é verdadeiramente imortal.” Dinâmico cidadão que em vida lutou pelo engrandecimento de Castro Alves em todas as áreas, traduzindo em ação o amor à sua terra natal. Armando Rosa agradeceu à Comissão que o selecionou para compor o sodalício castroalvense. Destacou didaticamente o papel que a ALACA irá assumir enquanto entidade cultural, ressaltando que a academia será “rebelde” e, de forma descontraída a chamou de “tupiniquim” numa alusão à diversidade cultural das áreas de atuação de seus membros e por ser uma instituição acadêmico-cultural numa humilde cidade interiorana. Assinalou com suas próprias palavras: “O dia de hoje marca para nossa cidade e para a nossa gente, um acontecimento singular: a instalação da Academia de Letras e Artes. Mas a importância desse fato não está muito clara para algumas pessoas”. Segundo ele, trata-se de uma visão ultrapassada, discriminatória e elitista, que provavelmente muitos devem ter face à utilidade prática de uma academia de letras e arte em Castro Alves. Com efeito, notório, na tentativa de esclarecimento, buscou elementos na História da Grécia Antiga, em particular, em Platão, o conceito histórico de cultura. Em suas palavras registrou: “Para eles, cultura correspondia ao processo pelo qual o homem tomava conhecimento de si e do mundo que o cerca, e criava a consciência da vida em comunidade”. Continuando, pronunciou: “Assim, segundo esse entendimento, a cultura é a resposta oferecida pelos grupos humanos ao desafio da existência. Cultura é uma resposta que se manifesta em termos de conhecimento, paixão e comportamento, ou o que vale dizer: em termos de razão, sentimento e ação. Adiante resumiu num sentido mais moderno o conceito de cultura: “a cultura pode ser considerada como um amplo conjunto de conceitos, de símbolos, de valores e atitudes que modelam uma sociedade”. Significativamente alertou aos acadêmicos fundadores para o perigo de dois de seus inimigos - a POLÍTICA PARTIDÁRIA e a VAIDADE. E, de forma emblemática, afirmou que os acadêmicos Aurino Teixeira e Morena Novaes representam no sentido simbólico, as colunas da ALACA. Ou seja, a força e beleza respectivamente, numa referência às colunas do templo de Rei Salomão. Exaltou ainda, o nome do presidente eleito como sendo o grande baluarte da academia. Finalizou seu erudito discurso deixando para os mais jovens, através de um lindo poema de Chico Buarque: “(...) Eu semeio o vento na minha cidade - Vou pra rua e bebo a tempestade”. Em seguida, deu-se início ao momento artístico com a declamação do poema “O Navio Negreiro” pelos ilustres convidados, Dra. Adalgisa Aras e, na seqüência, o Sr. Walter Macedo interpretou “Aves de Arribação”, um dos 13 poemas de Castro Alves escritos em 1870 no seu antigo Curralinho. Finalmente, a palavra foi concedia à Secretária Municipal de Educação e Cultura, professora Edileusa Barbosa que saudou a todos os presentes, em particular, as caravanas de Salvador e Feira de Santana, entre outras que foram à Castro Alves no intuito de participar do evento. Fez questão de enaltecer o papel político-cultural da ALACA, elencando seus principais objetivos constantes em seu Estatuto Social. Na oportunidade, diga-se de passagem, destacou o compromisso e as realizações do atual governo no campo da educação e da cultura no que se refere à melhoria dos serviços prestados à população de Castro Alves, especialmente aos estudantes. A Secretária encerrou seu empolgante pronunciamento, reafirmando a disponibilidade tanto da Secretaria de Educação quanto a sua em particular para continuar contribuindo com o sodalício castroalvense. Logo em seguida, o presidente da FALA BAHIA Dr. Benjamin Batista cantou acompanhado pelo público presente a Canção do Violeiro (letra de Castro Alves e melodia dele próprio). Por fim, os presidentes da FALA BAHIA e da ALACA, deram por encerrada a cerimônia de instalação da Academia de Letras e Artes de Castro Alves e posse de seus respectivos acadêmicos fundadores. Nada mais a registrar, eu, Fábio dos Santos, graduando do 6º semestre do curso de História do Centro Universitário Jorge Amado (UNIJORGE) lavrei a presente Ata que será devidamente assinada por mim, e a seguir pelos acadêmicos e demais presentes do ato público. Castro Alves, Bahia, 14 de março de 2008.

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